Mais de 30 000 pessoas em Espanha abandonaram os seus empregos em 2021, de acordo com os dados das inscrições na Segurança Social. Somos o país europeu que enfrenta o maior paradoxo de ter muitos empregos por preencher, apesar de ter três milhões de desempregados inscritos.
Nos últimos anos, as pessoas iniciaram um profundo processo de reflexão que levou ao desencanto com a profissão ou o emprego. Termos como “grande renúncia” ou “renúncia silenciosa” inundam as análises sobre o futuro do trabalho. A realidade é que é cada vez mais difícil recrutar os profissionais certos, é mais difícil obter o seu empenho e é mais difícil impulsionar a transformação cultural exigida, por outro lado, pela transformação do negócio e digital que a maioria das organizações está a atravessar.
Os desafios do talento têm-se tornado cada vez mais importantes dentro das organizações. Estamos a assistir a uma mudança de paradigma em que já não são as empresas que escolhem pessoas, mas sim as pessoas que escolhem empresas. E fazem-no quando nos escolhem como empresa para trabalhar, mas também todos os dias em que se levantam e se empenham no seu trabalho diário.
Neste contexto, acreditamos que a criatividade é fundamental. Pablo Picasso dizia que cada ato de criação começa com um ato de destruição. Por conseguinte, chegou o momento de destruir o que aprendemos até agora e repor os contadores a zero. Se o que estamos a fazer não está a funcionar, porque não começar a fazer as coisas de forma diferente? A criatividade não é um atributo pessoal, mas emerge da interação entre indivíduos. Por isso, é um ato que é sempre relacional. E como tal, torna-se uma ferramenta muito poderosa para os departamentos de Recursos Humanos.
